Ismael iglesias
Com relação as ostras, dizem que as pessoas adoram ou detestam, eu faço parte das primeiras. As melhores recordações de ostras que eu comi foram na Normandia, França, em Vancouver, Canadá e em Penha, Santa Catarina, e, diríamos, a menos agradável em Búzios, Rio de Janeiro.
A França produz praticamente 90% das ostras consumidas na Europa e suas melhores vêm da Bretanha e da Normandia. São numeradas de 0 a 5 conforme o tamanho onde 0 é a maior. Na França tive a melhor experiência na Normandia, em Saint-Vaast-la-Hougue, próximo a Barfleur e Cherbourg, já quase na Bretanha, simplesmente divinas. Em Vancouver, no False Creek, onde há uma ilha fluvial famosa, a Granville Island, com um mercado público, restaurantes, bares, lojas, pessoas tomando sol de biquíni, enfim, um lugar imperdível. Logo que estacionei o carro sob a ponte, ví um pequeno restaurante simpático, entrei com a minha ex-esposa e me deliciei com ostras frescas fantásticas e um rendez-vous de frutos do mar em que vinha umas ostras a milanesa, porém com um detalhe: cada ostra era frita em uma mini frigideira diferente, isso mesmo, uma frigideira para cada ostra, empanada levemente e frita na manteiga! Algo dos deuses…
A experiência em Penha também foi gratificante. Vindo sentido Piçarras para Itajaí pela Rod. Beto Carreiro World, o parque estará a esquerda e logo terminará a estrada, então vire a esquerda para Penha ao invés de passar na frente do parque e vá direto até o mar. A rua é Inácio Francisco de Souza, há dois bares, um a direita e outro à esquerda, escolhi o da esquerda. Alí, como em Floripa os moluscos são colhidos e servidos na hora, porém as ostras um pouco são mais salgadas e mais suculentas. Mas o muito me surpreendeu um mexilhão ao bafo, o melhor que eu já comi na minha vida, divino.
Ah! e Búzios? Na minha lua de mel, passei naquela região e fui até lá. Aluguei um barco passeei boa parte do dia e o barqueiro me conseguiu um caiçara que pegava ostras no mangue. Bem, quem não combina o preço antes, paga o que se cobra, ou seja, as ostras ficaram mais caras que o passeio de barco, e não eram lá essas coisas, daí uma péssima impressão, mas gostei da cidade. Isso foi em 1991.
Como Búzios tem um sotaque francês, pois foi nada menos que Brigitte Bardot quem lançou a cidade para o mundo, foi exatamente na França que tive a ratificação dos encantos da cidade.
Búzios deve sua projeção internacional a atriz Brigitte Bardot (Brigitte Anne-Marie Bardot) que veio ao Brasil em janeiro de 1964 com seu então namorado marroquino brasileiro Bob Zagury que a levou para o até então pacato Balneário de Búzios, onde encontrou a tranqüilidade e fez o seu refúgio podendo passear, curtir as praias e descansar longe das lentes dos paparazzi. Gostou tanto que voltou para outra temporada em dezembro/64 a janeiro/65, porém aí já era outra Búzios e não mais reinava a tranqüilidade anterior. Em 1999 foi colocada na Orla Bardot uma estátua de 160 kg em bronze da musa criada pela artista Christina Motta.
Estando eu em Cap d’Antibes, que fica na Côte d’Azur, entre Cannes e Nice, acabei entrando numa loja da GAP para comprar uma lembrança para a minha sobrinha. Uma das vendedoras comentou que havia voltado recentemente do Brasil de uma temporada em Búzios, e quando perguntei se ela havia gostado, como quem não dar o braço a torcer simplesmente respondeu: – Ah! é igual. a Saint Tropez…. Abençoada comparação não é?