CARPACCIO

Ismael iglesias

O que é carpaccio? Atualmente dizem que tudo o que é fatiado bem fino e colocado num prato sobre postos, é carpaccio, seja, carne, peixe, frutas, legumes…

E, de onde vem o nome, vocês tem alguma idéia? O nome vem de um pintor do renascimento, um veneziano, cujas telas têm fortes cores de vermelho e branco que se chamava Vittore Carpaccio (1460-1525).

Vamos ao início. Em 1950, uma freqüentadora habitual do Harry’s Bar em Veneza, a condessa Amalia Nani Mocenigo, uma amante de carne, estava desolada e reclamou com o proprietário, Giuseppe Cipriani, que o seu médico a havia proibido de comer carne, cozida, assada ou frita e que estava com vontade de comer carne.

Para consolar a cliente, Giuseppe, foi à cozinha, fatiou uma carne de boi crua bem fina, dispôs no prato, como eles dizem a maneira “Kandinsk” e temperou com um molho, por ele chamado de universal. A condessa adorou e amigos dela também. Como naquela época em Veneza, havia uma exposição do Carpaccio e alguém disse: “Nossa, parece um quadro do Carpaccio”. Pronto, o prato já foi batizado.

O Carpaccio do Harry’s Bar é feito com contra filé, que é bem limpo, tirada todas as nervuras e gorduras, é dada uma configuração arredondada, ocasionando perda de aproximadamente 50%. Coloca-se no freezer por umas duas horas somente para se conseguir cortar com faca! As fatias não são aquelas transparentes como as que vemos por aí. A receita do molho, conforme o livro Il mio Harr’s Bar do Arrigo Cipriani, filho do Giuseppe, é:

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Livro do Harry’s escrito por Arrigo Cipriani, filho do fundador

Para 250 ml:

185 ml de maionese feita em casa

1 a 2 colheradinhas de molho worcestershire a prazer

1 colheradinha de suco de limão fresco

2 a 3 colheradinhas de leite

Sal

Pimenta branca moída fresca

Misturar tudo. O leite serve dar fluidez ao molho, então depende do ponto da maionese.

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Receita do Carpaccio do Livro Il Mio Harry’s Bar

Depois que você experimentar este carpaccio, você nunca mais vai querer aquelas versões com alcaparras, queijo, que estamos acostumados a comer.

Tive a oportunidade de experimentar com minha família, juntamente com o Belini, o drinque também criado pelo Giuseppe, que feito com um quarto de suco de pêssego e três quartos de proseco di Conegliano, além é claro de comer um risoto primavera maravilhoso e todos saírem satisfeitos, cada um com seu prato, até a sobremesa, uma torta de lampone. Melhor ainda, consegui comprar o referido livro do Arrigo Cipriani.

Bem, como nada é perfeito, na minha estada anterior em Veneza, eu havia ido com a mãe da minha ex-esposa (digamos, sogra), passei em frente ao Harry’s Bar e fomos comer um menu turístico a trinta metros adiante… Não adianta, mãe é mãe!

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O verdadeiro Carpaccio, do Harry’s Bar de Veneza

 

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